quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Classificação Funcional

Classificação funcional - o que é? Para que serve?

Imagine duas pessoas correndo: alguma delas leva vantagem? Mas e se eu disser que um é amputado de perna abaixo do joelho e corre com uma prótese , e o outro não tem os dois braços, algum deles leva vantagem? Um nadador que tem algum resíduo visual e outro que não enxerga nada, nem mesmo percepção luminosa, será que estão na mesma condição?

As pessoas com deficiências possuem limitações motoras ou sensoriais, mas no esporte precisamos saber o quanto de mobilidade ou de resíduo sensorial prevalece, e o que esses movimentos ou resíduos favorecem dentro de uma modalidade específica.

Temos dois tipos de classificação: a médica e a funcional.

Classificação Médica:

Tem como objetivo verificar o nível mínimo de deficiência e não leva em conta a capacidade funcional do atleta. Ela avalia a igualdade das lesões, independente das habilidades físicas.
Por exemplo, um atleta com lesão medular incompleta na 5º vertebra cervical (C5) é classificado como Tetraparético.

Classificação Funcional:

Identifica como um atleta executa as habilidades específicas do esporte. Leva-se em conta a classificação médica, mas o classificador deve analisar o atleta dentro de sua modalidade específica para avaliar sua mobilidade e sua amplitude de movimentos.

Tanto o classificador médico como o classificador funcional devem estar ligados ao esporte, e necessitam de uma certificação. O classificador pode ter formação em medicina, educação física, fisioterapia, entre outras na área da saúde, desde que possua conhecimento sobre cinesiologia e deficiências (Winnick, 2004).

A classificação funcional geralmente é feita antes de competições regionais, nacionais ou internacionais para aqueles que ainda não a possuem ou para aqueles que têm uma deficiência progressiva ou que possam ter algum tipo de alteração (cirurgia). A classificação feita em competições internacionais se sobrepõe às nacionais, que por sua vez se sobrepõem às regionais.

Para tentar entender um pouco melhor a classificação

Atletas com deficiências visuais são classificados conforme seu resíduo visual e esta classificação é válida para praticamente todas as modalidades. O emprego da letra "B" refere-se ao termo Blind (tradução em inglês de cego).

B1: Não define a forma de uma mão a qualquer distância, podendo ou não ter percepção luminosa.
B2: Possui capacidade de reconhecer a forma de uma mão, sua acuidade visual até 2/60mts e/ou campo visual inferior a 5º
B3: Possui acuidade visual entre 2/60 e 6/60mts, e/ou campo visual entre 5º e 20º.

Na Natação os atletas são classificados como S11, S12 ou S13 ("S" refere-se ao termo Swim - Nadar).

Já aqueles com deficiências físicas têm sua classificação de acordo com a modalidade específica. Abaixo alguns exemplos:

Atletismo: Nas provas de pista eles são classificados com a letra "T" (Track) e nas de campo "F" (Fild).
T50-T53 e F50-F57 - Para os atletas com lesão medular (paraplégicos e tetraplégicos)
T42-T46 e F40-F46 - Para os atletas amputados
T30-T37 e F 30-F37 - Para os atletas com paralisia cerebral (PC)

No basquetebol em cadeira de rodas os atletas são pontuados de 1,0 à 4,5, subdivididos de 0,5 em 0,5. Quanto mais alta sua pontuação, mais preservadas suas capacidades motoras.
O técnico pode por em quadra 5 jogadores, totalizando no máximo 14pts.

No site do Comitê Paraolímpico Brasileiro (http://www.cpb.org.br/area-tecnica/classificacao-funcional) são apresentadas as informações sobre a classificação funcional de cada modalidade.

Referências Bibliográficas:
Winnick, J.P. - EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES ADAPTADOS - Ed. Manole, 2004
Gorgatti, M.G.; Costa, R.F. - ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA Qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. - Ed. Manole, 2005

Texto revisado pela Dra. Márcia Greguol

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